Aneurismas Cerebrais Fusiformes
20 janeiro, 2022
Aneurismas cerebrais são alterações nos vasos sanguíneos desta região que necessitam atenção médica especializada a fim de evitar e/ou reduzir seus danos.
São de dois tipos, os saculares e os fusiformes.
Os aneurismas saculares são mais frequentes na população. Eles são saculações na parede das artérias decorrentes da fragilidade daquele segmento vascular. Sua forma se assemelha a balões, como aqueles utilizados pelas crianças em suas brincadeiras, bem como festas infantis. Se inflados em excesso chegam a estourar.
No caso dos aneurismas, eles podem romper e extravasar o sangue das artérias para a superfície e até o interior do tecido cerebral.
Dados de estudos americanos mostram que aneurismas não rotos, assintomáticos, estão presentes em 1 a cada 50 pessoas e a taxa de ruptura anual é de 10 a cada 100.000 pessoas.
Os aneurismas fusiformes são mais raros e geralmente de lesões da parede arterial com presença de sangue e inflamação entre suas camadas de músculos e células o que com o tempo resulta na dissolução de estruturas que revestem o vaso sanguíneo, levando à expansão e tortuosidade do vaso.
Figura 1: Aneurisma Fusiforme da Artéria Basilar
Um estudo que acompanhava aneurismas cerebrais avaliou 2522 pacientes e 1,3% dos casos era decorrente de aneurismas fusiformes da circulação posterior do cérebro.
São complexos e quando na circulação posterior apresentam maior gravidade devido risco de comprimir estruturas importantíssimas que passam através do tronco encefálico.
Além do risco de compressão há o risco de formação de coágulos no interior destas alterações vasculares que aumentam a chance de acidente vascular cerebral isquêmico, muitas vezes fatal nesta localização.
O risco de morte neste tipo de aneurisma é alto e há estudos que mostraram que 80% dos pacientes analisados em 5 anos, ficaram gravemente incapacitados ou vieram a falecer.
Quando estudamos estes aneurismas e encontramos compressão do tecido cerebral, associação com tabagismo, grandes dimensões do aneurisma, hipertensão arterial sistêmica, maior idade e sexo masculino, podemos inferir um risco aumentado para progressão e evolução catastrófica desta patologia.
O tratamento destes aneurismas permanece controverso e tecnicamente muito desafiador, por isso há que ter muita cautela em se propor uma terapia invasiva. Cada caso deve ser analisado de maneira particular e minuciosa antes de qualquer decisão de tratamento intempestivo, sendo que há relatos de maus resultados em até 50% dos casos.
Em resumo, os aneurismas da fusiformes da circulação posterior são entidades raras associadas a alto risco de progressão e morbidade. A evolução clínica depende principalmente da presença de sintomas de compressão do tronco encefálico, sendo a intervenção cirúrgica ou endovascular o último recurso para pacientes com progressão sintomática.